quinta-feira, 30 de setembro de 2010

DEBATE – NO SBT, ELA TRANQUILIZA ELEITORES E DIZ QUE NÃO TEME AÇÕES DO PT PARA TIRÁ-LA DA DISPUTA


D. Weslian: “Eu amo Brasília”

Com mais tranqüilidade e confiança, mas sem perder a calma nem o jeito amável, a candidata a governadora Weslian Roriz (PSC 20) enfrentou nesta quinta-feira seus adversários ao Governo do Distrito Federal, em debate promovido pela TV SBT. Foi o segundo debate que ela participou desde o último dia 24, quando substituiu o marido, o ex-governador Joaquim Roriz, na disputa ao Palácio do Buriti.

No debate, Dona Weslian tranqüilizou os eleitores sobre as ações movidas pelo PT e pelo Ministério Público do Distrito Federal, que querem tirá-la da disputa, assim como fizeram com Roriz. “Estou tranqüila. Não há de ser nada. Bons advogados eu tenho para me defender. Não tenho com o que me preocupar com nada”, afirmou.

O debate foi marcado pela acirrada troca de acusações entre os candidatos Agnelo Queiroz (PT) e Toninho (PSol). O bate-boca entre os dois foi iniciado por Agnelo, ao citar uma reportagem publicada na edição de hoje (30) no jornal “Correio Braziliense”, que acusa a ex-deputada Maninha, mulher de Toninho, de ter desviado recursos da Secretaria de Saúde quando ela assumiu aquela pasta no Governo Cristovam. Toninho classificou a denúncia como um complô orquestrado por Agnelo, pelo POT, pelo PMDB e pelo “Correio Braziliense”.

Dona Weslian e Eduardo Brandão (PV) mantiveram-se distante da baixaria dos outros dois candidatos. Brandão, entretanto, provocou Dona Weslian. Ao dizer que respeitava a coragem dela de aceitar ser candidata a poucos dias das eleições, criticou o ex-governador por colocá-la para substituí-lo na disputa eleitoral. Ao reagir, Dona Weslian teve o seu melhor momento no debate.

“Senhor Brandão, não foi decisão do meu marido, foi minha própria decisão”, retrucou Dona Weslian com firmeza. “Eu decidi que queria ser candidata a governadora de Brasília. Eu convivo com meu marido 50 anos. Nunca fui alheia ao governo de Roriz. No social, na educação, qualquer coisa eu estava atenta. Eu decidi (ser candidata) porque achei que foi uma injustiça o que fizeram com meu marido. Graças a Deus, tenho a honradez do meu marido”, rebateu, afirmando ainda que Roriz, em 40 anos de vida pública, sempre “atendeu aquelas pessoas carentes que moram no Distrito Federal”.

Dona Weslian também se mostrou mais segura ao responder aos questionamentos de outros candidatos sobre seus planos para melhorar o sistema de transporte e para a Copa do Mundo de 2014 em Brasília. Sobre o primeiro tema, a candidata disse que Roriz foi muito criticado pela oposição quando decidiu construir o metrô, “que todos combatiam e que agora é uma solução”. Ela disse que pretende levar o Metrô para todas as cidades do DF e atende também a região do Entorno.

Sobre a Copa do Mundo, a candidata declarou que contará com “uma assessoria especial” que vai preparar a cidade para o evento. “A Copa vai trazer muita coisa boa para Brasília. Vamos receber a Copa com muito amor, muito carinho, porque nós temos as pessoas certas para resolver esse problema”, afirmou, referindo a criação da Secretaria Especial da Copa 2014, que será extinta após o evento, conforme proposto no Plano de Governo da coligação. “Sou candidata a governadora para poder defender a família, que é a coisa mais importante da gente”.

No encerramento, Dona Weslian, com bastante desenvoltura, defendeu a sua candidatura: “Eu amo Brasília, eu sou do bem, eu sou uma pessoa que só quero melhorar”. Ao se despedir, ela ainda pediu aos eleitores votos para os candidatos ao Senado, Maria Abadia (PSDB) e Alberto Fraga (DEM), e também para os candidatos à Câmara Distrital e à Câmara Federal da Coligação Esperança Renovada.



A BRIGA DE AGNELO E TONINHO

Os candidatos Agnelo Queiroz e Toninho do PSol foram responsáveis pelos piores momentos do debate do SBT. O candidato petista apimentou a troca de acusações ao se defender dos ataques de Toninho, que afirmou que Agnelo, se eleito, não conseguiria combater a corrupção diante dos “candidatos fichas-sujas” que estão na coligação do PT-PMDB.

Ao rebater a acusação, Agnelo pôs em dúvida a ética defendida pelo candidato do PSOL ao citar matéria publicada hoje (30) no “Correio Braziliense”, envolvendo em denúncias de corrupção a ex-deputada petista Maria José Maninha, esposa de Toninho. Segundo o jornal, o Tribunal de Contas do DF investiga o desvio de R$ 1,3 milhão do Fundo de Saúde do DF na época em que Maninha foi secretária de Saúde do Governo Cristovam Buarque.

Toninho reagiu, dizendo que a acusação era uma “sórdida manobra” montada no gabinete de Agnelo, do PT e do PMDB em parceria com jornal. “Isso é uma vergonha”, repudiou Toninho, classificando Agnelo de usar “método fascista” para vencer a eleição. Acusou o petista de ter usado esse mesmo método no passado, quando disputava com Maninha o controle do Sindicato dos Médicos e Fundação Hospitalar do DF.

Agnelo rebateu, dizendo que Toninho havia perdido a serenidade ao ouvir denúncias contra políticos de PSol. “Quer dizer que quando a denúncia é contra o adversário pode acusar de forma leviana. Mas, quando envolve pessoas ligadas ao seu partido, reage dessa forma”, disparou o petista, que não se defendeu da acusação de que teria a conivência do jornal “Correio Braziliense” para atacar os adversários.

Estranhamente, a grande imprensa pouco espaço deu para as escaramuças dos dois candidatos da oposição, preferindo destacar o desempenho de Dona Weslian no debate do SBT.

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