terça-feira, 13 de julho de 2010

Mensaleiros distritais vão tentar a reeleição


Sete deputados distritais – cinco titulares e dois suplentes – envolvidos no mensalão do Democratas no Distrito Federal buscarão reeleição em outubro deste ano. Desses, segundo o jornal Folha de S.Paulo, um se tornou milionário depois da votação de 2006, outros dois aumentaram suas já grandes fortunas, três seguiam declarando patrimônios modestos e dois indicavam à Justiça encolhimento de seus bens no período.

Foram contabilizadas as prestações de conta à Justiça Eleitoral feitas pelos deputados distritais Benício Tavares, Roney Nemer (ambos do PMDB), Benedito Domingos (PP), Aylton Gomes e Roberto Lucena (os dois do PR), além de dois suplentes: Pedro do Ovo (PRP) e Berinaldo Ponte (PP). Todos são investigados – sem a menor celeridade – pela Comissão de Ética da Casa por envolvimento no esquema.

Todos são suspeitos de terem embolsado recursos pagos por empresas que queriam vencer licitações do governo do Distrito Federal. A Polícia Federal indicou que o governador José Roberto Arruda, forçado a deixar o cargo, secretários e deputados distritais recebiam propina para beneficiar potenciais doadores de campanha. Arruda nega. Os deputados, também.
O deputado Domingos, com R$ 2,5 milhões declarados em 2006, agora soma R$ 3 milhões, distribuídos entre imóveis e veículos. Atrás dele está Nemer, que tinha patrimônio de R$ 1,1 milhão e atualmente conta R$ 1,7 milhão – investidos principalmente em imóveis.

O outro milionário da turma é Lucena: os R$ 910 mil de quatro anos atrás se transformaram em R$ 1,2 milhão graças a aplicações financeiras e ao gado. Lucena é irmão do dono da Linknet, uma das empresas que teria abastecido o mensalão do DEM na gestão de Arruda, preso por conta dos indícios de que era o chefe de toda a operação.

Os milionários Domingos e Nemer foram da base de apoio de Arruda na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Esse também é o caso de Tavares e Gomes, que indicaram à Justiça crescimento modesto em seus bens. O peemedebista Tavares afirmou que seu patrimônio avançou de R$ 409 mil para R$ 672 mil em quatro anos, enquanto Gomes, do PR, informou crescimento de R$ 50 mil para R$ 172 mil.

Dois suplentes prestaram curiosas informações à Justiça Eleitoral: afirmam que seu patrimônio diminuiu nos últimos anos. Pedro do Ovo, do PRP, informou bens no valor de quase R$ 100 mil em 2006. Hoje esse número é de R$ 32,9 mil, referentes à sua participação em uma atacadista de alimentos no Distrito Federal.

Ponte, do PP, foi ainda mais radical. Em vez dos R$ 90 mil informados na eleição passada, para a votação de 2010 ele simplesmente diz não ter nada. Procurados, os suplentes – ambos ex-apoiadores de Arruda na Câmara – não foram encontrados para fazer comentários.

Os três deputados distritais que ganharam fama após o escândalo não serão candidatos neste ano. Eurídice Brito, que aparece em vários vídeos colocando dinheiro vivo na bolsa, foi cassada. Júnior Brunelli, organizador da oração em agradecimento à propina paga pelo ex-secretário Durval Barbosa, perdeu sua filiação ao PSB e não pode concorrer. O mesmo aconteceu com o ex-presidente da Câmara Leonardo Prudente, expulso do DEM após ser filmando escondendo dinheiro nas meias.


Notibras

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