sexta-feira, 23 de julho de 2010

Correio alerta enfraquecimento do PT no DF


Ouvindo especialista da Universidade de Brasília (UnB) e lendo a matéria do Correio Braziliense de hoje, da jornalista Juliana Boechat, não fica difícil perceber o quanto a militância petista – que já foi uma das maiores no DF, em tempos áureos – estão ressentidos com a candidatura de Agnelo Queiroz ao GDF e com a união do partido com o PMDB.

A militância do PT encolheu depois que o ex-comunista Agnelo Queiroz se filou ao partido e se tornou o candidato petista ao GDF. A evasão e o constrangimento da militância vermelha aumentaram quando o PT recebeu de braços abertos o deputado federal Tadeu Filippelli, presidente regional do velho rival PMDB.

“Os militantes petistas são os mais ressentidos com a aliança”. A avaliação é do cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB). Esse casamento continua a causar constrangimento aos militantes dos dois partidos. Tanto que raras são as imagens de bandeiras do PT e do PMDB nos comícios de Agnelo-Filippelli, ressalta o cientista político.

O encolhimento da militância nesta não pode ser atribuído só a candidatura de Agnelo, mas à origem política de Agnelo e à aliança que ele fez com o PMDB, inimigo histórico do PT, para ser o candidato petista ao Palácio do Buriti. Durante anos, Agnelo foi filiado ao PCdoB, partido que sempre ficou a reboque do PT nas alianças de esquerda. Ao se mudar para o PT, impôs uma humilhante derrota ao deputado federal Geraldo Magela, petista histórico descartado tanto ao governo quanto para o Senado.

Reportagem do Correio Braziliense, da jornalista Juliana Boechat, trouxe a informação de que dos 1,8 milhão de eleitores aptos a votar no pleito de outubro no Distrito Federal, 138.233 são filiados a partidos políticos, o equivalente a 7,5% — há quatro anos, essa proporção estava em 6,6%.

Dentro desse universo, cerca de 103 mil deverão garantir votos para os dois principais concorrentes ao Palácio do Buriti: Agnelo Queiroz (PT) e Joaquim Roriz (PSC). Apesar de o primeiro ter ao seu lado o PMDB, partido com maior número de filiados no DF, e o PT, tradicional por sua militância, é Roriz quem conseguiu reunir mais apoio de militantes, resalta reportagem do Correio.

Isso reforça a leitura do cientista político David Fleischer.

No sentido inverso, o então pequeno PSC ganhou musculatura com o lançamento da candidatura do ex-governador Joaquim Roriz ao Palácio do Buriti. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 5% dos filiados ao PT deixaram o partido, reduzindo o número de militantes dos 8.996 registrados em 2006 para os atuais 8.545. Já o PSC cresceu 7,2% com a filiação de Roriz. Aumentou de 1.951 filiados em 2006 para 10.019 militantes.

Segundo fonte peemedebista ouvida pelo Site do Lívio, muitos candidatos do PMDB não pedem votos para Agnelo Queiroz em seus eventos. Analistas políticos avaliam que boa parte da militância do PMDB, que sempre esteve ao lado de Roriz contra o PT, não vai às ruas defender Agnelo. “Esperamos que essa militância vote como sempre votou: em Roriz”, disse o presidente do PSC-DF, Valério Neves.



Livio Di Araujo

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