sábado, 24 de julho de 2010

Oito das 30 regiões administrativas do DF concentram metade do total de brasilienses que vão às urnas este ano


Garantir o maior número de votos na corrida pelo cargo de governador vai exigir mais esforço em pontos específicos do Distrito Federal. Oito das 30 regiões administrativas do DF representam juntas metade do eleitorado da capital federal (veja arte). Ceilândia, Gama, Santa Maria, Taguatinga, Vicente Pires, Samambaia, Recanto das Emas e Águas Claras reúnem 49,77% dos votantes que decidirão quem comandará o Palácio do Buriti pelos próximos quatro anos. Além de populosas, muitas dessas oito áreas abrigam pessoas carentes e de menor poder aquisitivo em relação aos demais centros urbanos de Brasília (leia mais na página 34).


As zonas eleitorais com mais votantes estão na mira dos candidatos a governador. A coordenação de campanha do petista Agnelo Queiroz dividiu o DF em quatro grandes territórios, sem deixar de lado as especificidades de cada área. O “modus operandi” do Grande Plano Piloto, que engloba locais como Cruzeiro e Sudoeste, por exemplo, difere da tática empregada em Taguatinga e Ceilândia. Nessas cidades, o candidato ao GDF tem que se fazer conhecido. Por isso, o grupo vermelho investe em longas caminhadas e no intenso corpo a corpo em feiras e avenidas comerciais. Ontem, Agnelo foi a Ceilândia, região onde lançou a campanha. “Volto quantas vezes for preciso. A campanha aqui deve ser feita 24h toda semana, mesmo eu não estando presente”, disse o candidato a correligionários do local. Nas imediações de Brasília, Agnelo não precisa de tanto investimento: é um rosto familiar. Prova disso é que, até agora, o candidato não foi às ruas do Plano Piloto com a militância.


O presidente do PSC no DF e um dos responsáveis pela campanha de Joaquim Roriz, Valério Neves, acredita que o candidato a governador terá facilidade em arrebatar votos nos maiores colégios eleitorais. Segundo ele, Roriz se sente confortável com os moradores de Ceilândia, Samambaia, Taguatinga, Recanto das Emas e Santa Maria, por já ter realizado benfeitorias para a população nos quatro mandatos anteriores. Neves acrescenta que o candidato tem ainda o prestígio de políticos relacionados a alguma dessas áreas, mas adianta que não haverá diferença de tratamento entre as regiões administrativas durante os próximos três meses. “Ele vai para a rua em todas as cidades, fazer comício, visitar e andar”, acrescenta.


RelevânciaNa disputa pelo cargo de governador, o que vale é correr contra o tempo para alcançar o máximo da população. Até o fim da campanha, Toninho do PSol promete visitar pelo menos duas vezes os pontos centrais dos locais mais populosos do DF. “Temos um mapa com as áreas de maior relevância. Mas vamos percorrer todo o DF”, avisa Toninho. Enquanto isso, Eduardo Brandão, nome do PV para o Palácio do Buriti, vai à Rodoviária do Plano Piloto a cada dois dias. “Lá, dá para conversar com pessoas de várias regiões diferentes e ainda conhecer os principais problemas do transporte público atual. Um governador não pode pensar na cidade de forma fragmentada”, avalia.


Entre os eleitores, há aqueles cativos do candidato do PSC. A autônoma Avani do Sacramento, 50 anos, sempre votou em Joaquim Roriz e considera os anos em que ele governou a capital do país como os mais tranquilos de sua vida. Moradora de Ceilândia, o maior colégio eleitoral do DF, ela recebeu assistência pública durante os mandatos do político. “Os programas de alimentação foram os mais importantes”, relembra. Avani também tem esperanças de deixar de pagar aluguel. “Não tenho condições financeiras e preciso de um terreno para viver. Aceito me mudar para qualquer lugar, qualquer cidade, desde que o lote seja meu”, conta.


Outros eleitores preferem entregar o cargo de governador a caras novas. A consultora Cristiane Gomes, 26 anos, credita a desorganização atual do DF à “má administração” dos últimos anos e, por isso, decidiu votar no candidato do PT. “Brasília virou uma bagunça”, sentencia. A moradora da QNM 20 presta serviços para o Ministério da Saúde. “Há tantas diretrizes boas que não são aplicadas como deveriam pelo governo distrital. Os servidores dos hospitais e centros de saúde ficaram reféns do sistema”, percebe.



Correio Braziliense

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