quinta-feira, 15 de julho de 2010

DEM e PT acobertam candidatos suspeitos


Após prometer que não fariam campanha com envolvidos no mensalão do Distrito Federal, DEM e PT vão apoiar candidatos que aparecem em vídeos recebendo dinheiro do delator do esquema.

Os dois partidos, que se opuseram durante a crise, agora terão em suas chapas João Luiz Arantes (DEM) e Luiz França (PHS), candidatos à Câmara Legislativa do DF.

Arantes e França apareceram no auge da crise em vídeos entregues à Justiça por Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM. João Luiz Arantes (DEM), ex-subsecretário de Saúde, foi flagrado recebendo dois maços de dinheiro de Barbosa e guarda nos bolsos do paletó.

Luiz França (PHS), por sua vez, recebe pouco mais de R$ 30 mil e ainda devolve troco para Barbosa. Ele era chefe do "Na Hora", serviço de expedição de documentos do governo de José Roberto Arruda (sem partido).

O lançamento das candidaturas coloca em contradição os discursos de DEM e PT. Por diversas vezes, o DEM afirmou que cortaria na própria carne para não se lamear na crise. Para isso, fez uma intervenção no diretório distrital do partido e ameaçou expulsar o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido).

Segundo o presidente do diretório distrital do DEM, senador Adelmir Santana, a Executiva do partido analisará o caso de João Luiz Arantes. "Ele apresentou toda a documentação e o partido não teve acesso ao vídeo e ao inquérito. Teremos que reunir a Executiva para discutir o que fazer. É uma situação difícil, mas o discurso do DEM no combate ao mensalão é real", afirmou.

O PT, por sua vez, aceitou fazer uma ampla aliança com dez partidos com a condição de fazer uma chapa "limpa", sem nomes envolvidos no mensalão. Agora, o candidato ao governo Agnelo Queiroz tem como aliado o PHS, de Luiz França. A Folha procurou Agnelo, que não quis comentar o apoio de França à chapa.

Para o presidente regional do PT, Roberto Policarpo, a sociedade vai saber "diferenciar" os candidatos dos partidos. "A gente tinha dito que ia evitar [envolvidos no mensalão], mas quando fechamos as alianças não discutimos candidaturas. Nossa aliança é com o partido, e não com os candidatos. Os partidos deveriam ter feito essa depuração e agora esperamos que a sociedade faça", afirmou.



Notibras

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