segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Deputados do PMDB citados em inquérito da PF


Decisão foi acordada em reunião realizada na última semana

Membros do PMDB citados no inquérito feito pela Polícia Federal, que investiga supostas denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal, serão convocados para prestar esclarecimentos à Comissão de Ética. Na última sexta-feira (27), a Executiva regional do partido entregou um documento à presidente da comissão, Ludmila Aires Costa, solicitando a convocação dos envolvidos. Caso as denúncias sejam confirmadas, os parlamentares envolvidos no escândalo, que ficou conhecido como Caixa de Pandora, poderão ser excluídos da legenda. “Fui comunicada na sexta-feira e agora tenho que marcar uma reunião com os membros da comissão para definir o relator do processo e dar andamento ao julgamento”, afirmou Ludmila. Segundo ela, a reunião deverá ocorrer ainda esta semana. “Não existe prazo, de acordo com o Estatuto do partido, para agendar a reunião, mas é provável que ela ocorra ainda esta semana”, disse a presidente da Comissão de Ética, lembrando que o tipo de sanção a ser aplicada aos envolvidos dependerá do resultado das reuniões. “Eles podem ser submetidos a afastamento ou expulsão, mas isso vai depender do encontro com os membros da comissão. Não há prazo para o julgamento final de cada caso, pois os envolvidos ainda terão o direito de apresentar sua defesa”, explicou Ludmila Aires Costa. Entre os envolvidos estão os deputados Rôney Nemer e Benício Tavares, candidatos à reeleição este ano. A deputada Eurides Brito, que já não exerce seu mandato como distrital, ficou de fora da lista.

Na opinião de membros do PT, que este ano se aliou ao PMDB para disputar as eleições, a decisão do presidente regional do PMDB, Tadeu Filipelli, de encaminhar os envolvidos para a Comissão de Ética do partido, foi acertada. “Cada partido tem a sua dinâmica, e o Filipelli preferiu aguardar um pouco mais o desenvolvimento do processo para depois indicar os envolvidos à análise da comissão. É a forma como o PMDB tratou a questão”, afirmou o presidente regional do PT, Roberto Policarpo. Questionado sobre o impacto das denúncias sobre a campanha do candidato a governador Agnelo Queiroz (PT), Policarpo afirmou que a decisão não compromete a imagem do partido. “Isto não nos compromete, até porque se o partido já está tomando as providências necessárias. Preferíamos que elas fossem tomadas antes, mas houve posicionamento no sentido de esperar a apresentação da denúncia para depois realizar as ações cabíveis. Acho que esta é a dinâmica do PMDB, e nós temos que respeitá-la, pois não tem relação conosco. A nossa aliança é com os partidos”, defendeu Policarpo.

Para o deputado distrital Chico Leite (PT), um dos maiores opositores a aliança formada com o PMDB, a indicação dos envolvidos está correta. “Não me sinto bem em me incluir na decisão de cada partido, mas acho uma lição positiva, porque é o que se espera. Acho que cada partido sabe o que faz e será julgado por tal conduta pela sociedade. Os desonestos são as pessoas, não os partidos”, comentou.



Tribuna do Brasil

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