sexta-feira, 11 de junho de 2010

A força e a iminente vitória de Roriz no DF


Embora o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, tenha tentado desconversar e dizer que “não tratava-se de uma reação à oficialização da chapa PT e PMDB no DF”, o tom da coletiva convocada pelo partido para oficializar a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia como candidata ao Senado nas eleições de outubro pode ter deixado brechas às especulações, mas dúvidas mesmo, não deixou alguma. PSDB deve tornar público até a próxima semana que o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) dividirá o palanque com José Serra na capital. E Abadia, uma das candidatas ao Senado na chapa que, quase certo, contará ainda com o DEM e, provavelmente, com o PPS.


Oficialmente, o partido tentou focar apenas na pré-candidatura de Abadia. “Ninguém melhor que Abadia para representar o partido no DF. Ela é respeitada e admirada, e seu nome foi unânime dentro da legenda, inclusive pelo pré-candidato à presidência, José Serra”, frisou Guerra. A ex-governadora também evitou falar de composições e alianças, e limitou-se apenas a dizer que “queria somar para a eleição de Serra”. “Já está na hora de ter uma mulher senadora”, completou.


Segundo Guerra, o partido deve oficializar, na próxima semana, se fará aliança com algum partido no DF. “Temos que conversar com os outros partidos aliados, inclusive com o DEM. Na próxima semana cuidaremos do assunto 'governador', hoje (ontem), queríamos só anunciar o nome de Abadia ao Senado”, ponderou. Contudo, o clima de especulação sobre possível aliança entre PSDB e Roriz ficou ainda maior quando o senador disparou: “Não teremos um candidato ao GDF, não teremos terceira via e estávamos há seis meses calados”. Com o cenário político atual do DF, e sem candidato ao governo, poucas alternativas sobram aos tucanos que não seja a união com Roriz. Hoje, o ex-governador seria a única opção de palanque para Serra na capital.


Nos bastidores, todavia, o discurso é um pouco diferente. Fontes garantem que o partido de Serra já teria fechado com Roriz a composição na chapa. Não apenas os tucanos, mas até mesmo o DEM já teria sinalizado a aliança, que poderá contar ainda com o PPS – que nacionalmente, apoia a candidatura de José Serra. Nesta quinta-feira, antes da coletiva, na sede nacional do partido, na 607 Sul, a cúpula tucana esteve reunida com Roriz em sua residência, no Park Way. O acordo teria saído de lá. Guerra não assumiu que participou do encontro, mas deu postas sobre o que pode tornar-se público em breve: “Não tem como ignorar Roriz, é impossível fingir que não existe alguém que tem 40% das intenções de votos nas pesquisas”.


Do lado democratas, as especulações é que o senador Adelmir Santana, pré-candidato à reeleição, atulamente presidente da legenda no DF, também feche acordo com Roriz. Ainda segundo fontes, o presidente nacional da legenda, Rodrigo maia, já teria orientado o partido nessa direção. Adelmir pode ser o segundo nome da chapa rorizista nas eleições de outubro a disputar o Senado Federal contra os dois candidatos da oposição: Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB).


LÍVIO DI ARAÚJO

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