sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Desvio de dinheiro do Ministério do Esporte é revelado em detalhes por cúmplice do esquema





Michael começa a falar sobre esquema de corrupção no Ministério do Esporte

Uma das testemunhas chave da Operação Shaolin da Polícia Civil do DF, Michael Alexandre Vieira da Silva, que se encontra sob a custódia no Programa de Proteção a Testemunhas, disse em entrevista ao semanário DF Notícias como funcionou o desvio de verbas do Ministério do Esporte, na ocasião em que Agnelo Queiroz era ministro. Os desvios, segundo a testemunha eram realizados por meio do Programa Segundo Tempo. O depoimento a seguir, pode complicar a vida política do candidato petista ao governo do DF.

Michael descreve para o jornal como ganhou a confiança de Agnelo Queiroz e passou a integrar o esquema de desvio de recursos públicos. “Pediram que eu comprasse uma empresa, para receber recursos através dos ministérios. Numa conta pela qual passou quase dois milhões de reais”. Ele acrescenta que 5% dos recursos, em média, eram gastos. “Os outros 90% a 95% eram rateados (divididos) entre eles”, afirmou o entrevistado.

Michael afirmou ainda que possuía uma conta bancária no Banco de Brasília, para movimentação, somente, com a autorização “deles”. “O gerente entrava em contato com eles e os saques eram liberados”, detalhou. Ele conta que, em certa ocasião, ligaram em seu celular para que fosse ao banco buscar R$ 150 mil. Nas palavras do entrevistado, a quantia foi repassada “ao irmão dele e Mário Jorge, que era o braço direito do Luiz Carlos e do Agnelo”. O repasse teria acontecido no escritório político localizado no Centro Comercial Gilberto Salomão. O dinheiro seria parte de um acordo. Questionado se teria provas que confirmem as declarações, Michael afirma que reuniu documentos, que foram entregues à Promotoria do DF e à Polícia Civil.

A testemunha disse ter descoberto que possuía uma dívida de R$ 722 mil, proveniente de uma multa recebida pela empresa aberta em seu nome, de R$ 359 mil, além de mais de R$ 300 mil em impostos. “Falaram que iam pagar a dívida, que eu não me preocupasse, que iam me ajudar. Tive que assinar alguns documentos pra eles”, relata. De acordo com Michael, 15 dias depois, nada foi resolvido. Ele alega ter sido alvo de ameaças e depois ofereceram R$ 30 mil. Mas o montante foi recusado. “Era pouco, em vista da dívida que tinham comigo, que era de R$ 1 milhão”, argumenta.

Depois do episódio, ele diz ter sofrido outras ameaças que o motivaram a procurar a 35ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho II. No local, a delegada o orientou a procurar a promotoria de Justiça. “A promotora, então, entrou em contato com o pessoal da revista Veja”, afirma o entrevistado.

Segundo Michael, em 2006 começaram os repasses do Programa Segundo Tempo, quando Agnelo era ministro do Esporte e diz que três ONGs e três pessoas envolvidas são da mesma região, Sobradinho, ligadas ao PCdoB. “Conseguiram convênios com valores superaltos”, disse Michael. Ele conta para o DF Notícias, que aos poucos foi descobrindo todo o esquema e como o dinheiro era desviado e entregue aos participantes.

Michael afirma na entrevista que era o responsável por fazer fichas, nas escolas públicas, das crianças interessadas nas escolinhas de futebol, vôlei e basquete. Segundo conta, recolhia um grande volume de fichas apenas para justificar o repasse de recursos do ministério. Conta, ainda, Michael, que em algumas “aulas” sequer havia alunos e que parentes dos envolvidos eram “contratados” como coordenadores a fim de justificar o pagamento de salários. O denunciante afirma, também, que eram utilizadas notas fiscais frias, compradas exclusivamente para a prestação de contas do dinheiro público recebido.


Michael conta que certa vez Agnelo foi pessoalmente cobrar o “repasse” a um dos envolvidos, e que parecia estar muito nervoso. Na ocasião, o responsável pela ONG, de nome Luiz Carlos, disse que Agnelo havia montado outro esquema, com outra empresa, firmada por meio de “laranjas”. Segundo Michael, Luiz Carlos sempre cumprimentava Agnelo, chamando-o de irmão e amigo verdadeiro. Michael conta, ainda, que chegou a fazer, em uma única vez, uma transferência de R$ 500 mil, sendo que R$ 150 mil seriam para Agnelo.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Acho interessante Joaquim Roriz falar sobre esquemas de qualquer outro candidato. Logo ele, que como se sabe está ainda hoje na mídia pelo escândalo da Bezerra de Ouro. Tadinho, tão inocente. Sem contar o fato de que quase levou o Banco de Brasília à falência. O Brasil precisa é moralizar os políticos, levando-os à cadeia em caso de desvios de verbas. Como o acontecido com o ex-governador do DF, José Roberto Arruda, cujo esquema de corrupção começou no Governo Roriz. E pensar que a educação pública nivela seus alunos pelos que nada sabem (fazem da escola pública laboratórios), e que os principais políticos que conhecemos como Eurídes Brito, são donos de escolas privadas, que como é notório em Brasília, possuem mais qualidade do que as públicas. QUE SAUDADES SINTO DO TEMPO DO GOVERNO MILITAR, onde a educação pública realmente tinha qualidade, sem contar que a SAÚDE PÚBLICA ERA DE PRIMEIRO MUNDO. Eu nasci em Brasília, filha de uma telefonista e de um assessorista, sempre estudei em escolas públicas, no Cruzeiro (onde morei e estudei durante a infância e adolescencia), e eu como a maioria de meus colegas oriundos da Escola Pública dos anos 70, quando chegamos à idade adulta, fomos aprovados em concursos públicos (vale ressaltar que estudei em escola pública no tempo do Governo Militar com o repórter da Rede Globo Ismar Madeira - da 1ª a 8ª série do Ensino Fundamental, antes denominado 1º Grau, e tivemos noções de cidadania e estudamos a Constituição da República Federativa do Brasil. Gostaria de saber o porque RORIZ quer se manter no Governo, se a única coisa que sabe fazer é atrapalhar o desenvolvimento da população desta cidade, que ele, diga-se de passagem, superlotou, trazendo pessoas de todas as partes do País, sem emprego, moradia, ou qualidade de vida.

    ResponderExcluir
  3. Acho interessante Joaquim Roriz falar sobre esquemas de qualquer outro candidato. Logo ele, que como se sabe está ainda hoje na mídia pelo escândalo da Bezerra de Ouro. Coitadinho, tão inocente. Sem contar o fato de que quase levou o Banco de Brasília à falência, com um esquema com o então Presidente do Banco, que fora por ele indicado. O Brasil precisa é moralizar os políticos, levando-os à cadeia e perdendo a chave da cela, em caso de desvios de verbas. Precisa também acabar com essa história de indicações políticas para cargos no Poder Executivo, que deveriam ser via concurso público, como por exemplo, diretores de escolas públicas, secretários de educação, ou secretários de saúde (que deveriam ser privativos de servidores de carreira, que não teriam que defender políticos ou gestões administrativas fracassadas, nas quais não acreditam e “vestiriam a camisa” da instituição para a qual prestaram concurso público), assim como acontece com os delegados da polícia civil (que José Roberto Arruda, no caso de um delegado de polícia da Região Administrativa do Recanto das Emas, por não saber tratar-se de concurso público e não indicação política, anunciou na frente da população daquela Cidade, que o delegado estava DEMITIDO, para demonstrar Poder – ainda bem que não se tratava de um cargo político). E pensar que a educação pública nivela seus alunos pelos que nada sabem (fazem da escola pública laboratórios), e que os principais políticos que conhecemos como Eurídes Brito, são donos de escolas privadas. QUE SAUDADES SINTO DO TEMPO DO GOVERNO MILITAR, onde a educação pública realmente tinha qualidade. Graças a Deus cursei o Ensino Fundamental e Médio nessa época, onde tive acesso aos mesmos ensinamentos que eram praticados nas escolas privadas (sendo que as públicas eram sem dúvida melhores) e tive noções na escola de cidadania e constituição. Sem contar o fato de que a SAÚDE PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL ERA DE PRIMEIRO MUNDO (como perdemos com a abertura política). Gostaria de saber o porquê RORIZ quer se manter no Governo, se a única coisa que sabe fazer é atrapalhar o desenvolvimento da população desta cidade, que ele, diga-se de passagem, superlotou, trazendo pessoas de todas as partes do País, sem emprego, moradia, ou qualidade de vida (eu que nasci no DF, sou servidora pública, pago meus impostos na fonte, não possuo imóvel próprio, nunca fui contemplada com moradia do Governo).

    ResponderExcluir