O PPS não conseguiu, até agora, decidir-se sequer sobre convite feito a Alírio Neto, seu único distrital, para ser o líder do governo na Câmara Legislativa. O partido enfrenta, porém, problemas muito maiores. Não conta, por exemplo, com alternativa para a eleição de outubro. Eventual adesão ao bloco rorizista não seria aceita pelas bases do partido e muito menos, ao que tudo indica, pela direção nacional. Uma composição com a candidatura de Agnelo Queiroz, razoável no passado, está proibida também por uma decisão de cúpula nacional, dessa vez do PT. Birrenta, a direção nacional do PPS deu o troco e também proibiu coligações com quem subir no palanque de Dilma. Só haverá saída caso se viabilize uma terceira via, ainda em fase de difícil gestação.
Divisão prevalece
Se fosse pela vontade do deputado Augusto Carvalho, o PPS se coligaria com Agnelo Queiroz.Afinal, os dois estiveram nas mesmas tribunas durante anos. Houve até dobradinhas informais entre eles. Cláudio Abrantes confessa que também preferiria subir no palanque de Agnelo. Não é unanimidade no partido, já que Alírio obviamente prefere ficar com o governador Rogério Rosso, enquanto Abrantes se diz decepcionado com a nova administração. As decisões de cúpula, porém, vedam alianças de um lado ou de outro.
Necessidade de coligar
O dilema pode parecer apenas formal, uma vez que nada impede que o partido abra questão sobre as chapas majoritárias. Na prática, porém, não atende à necessidade absoluta de uma coligação para as eleições proporcionais. Enfrentando uma reeleição difícil, o deputado federal Augusto Carvalho não pode prescindir de uma coligação forte. É impossível que, sozinho, consiga atingir o quociente eleitoral. O problema é menor na Câmara Legislativa, onde o distrital Alírio Neto e o atual presidente regional do partido, Cláudio Abrantes, podem ajudar na obtenção do quociente mesmo sem coligação. Para a Câmara dos Deputados, porém, o desafio ainda não tem resposta.
JORNAL DE BRASÍLIA
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