quinta-feira, 20 de maio de 2010

Briga no DEM do DF vai parar no plenário


O racha entre os democratas da Câmara Legislativa extrapolou os limites das reuniões do partido. A falta de sintonia entre os colegas de legenda foi motivo de bate-boca no plenário da Casa. Ontem, o distrital Raad Massouh subiu à tribuna para reclamar da perda da Presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) — a principal comissão permanente da Casa — para o colega de sigla Paulo Roriz, líder do DEM na Câmara. O memorando com a substituição do parlamentar foi assinado por Roriz e Eliana Pedrosa. Eles justificaram que a indicação à vaga é do partido, e não do deputado.

Descontente com a decisão de que tomou conhecimento pelo Diário Oficial da Câmara, Raad protocolou requerimento na Procuradoria-Geral da Câmara questionando a legitimidade da substituição. O distrital quer saber se os colegas de legenda respeitaram o previsto no regimento interno(1) da Casa. Paulo Roriz afirmou que se baseou na regra para retirar a presidência das mãos de Raad. “A vaga da presidência é do Democratas. Dificilmente nosso partido teria usado essa prerrogativa se nosso bloco tivesse total confiança na postura partidária do Raad. Teremos convicção de que agora o Raad vai entender que o mandato dele é do partido”, explicou Roriz.


Raad disse que está sendo perseguido pelos colegas de sigla. “Tomaram uma decisão sem ao menos terem me comunicado, só porque não faço parte do bloco”, disse, em referência à recente composição independente de seis distritais, entre eles Eliana Pedrosa e Paulo Roriz. Ao saber do bloco, Raad deixou claro que não se posicionaria contra o governo de Rogério Rosso antes de dar oportunidade de “deixá-lo trabalhar.”


O prêmio de consolação a Raad, que disse sofrer retaliação dos colegas, foi ficar com a Presidência da Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo — segmento com força política muito inferior à CCJ. Todas as propostas precisam passar pela CCJ, e ter no comando um presidente de oposição velada pode atrapalhar o trânsito de projetos do governo.



Correio Braziliense

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